Oiço falar do egoísmo como um
sentimento egoico de cada um, intrínseco em nosso âmago, que ressurge em
variadíssimas situações, até no sentimento de amor ele lá se encontra provocando
a dor, porque achamos que só nós é que vimos, só nós é que sentimos. Ele acorda
quando a vontade não é satisfeita, até quando os sentimentos não são correspondidos
como se desejaria, ressuscitando o orgulho sendo ele a fonte natural do
sentimento, digamos, um instinto de conservação.
Sendo o instinto útil em nós e
tendo uma razão, porque Deus não põe em nós nada que seja inútil, fique claro,
que todo exagero que façamos desse instinto, como provocando a dor e não a
conservação do nosso estado físico ou psicológico, é da nossa responsabilidade.
Reflectindo nesse sentimento
egoico que acarretamos em nós, percebo a distância que existe na compreensão dos
bons sentimentos. Será que sabemos amar? Ser amigos de verdade? Ou ser
humildes? E ter fé, será que a temos? E caridosos? Questiono não só o
verdadeiro sentido da palavra mas também o verdadeiro sentir vibrante em nós,
em nosso coração.
Por vezes penso que somos
metades. Metades de amor, de humildade, de amizade, de carinho, de bondade e
tantos outros sentimentos bons, porque as outras metades é a raiva que por
vezes surge em momentos de incompreensão; a falta de caridade, principalmente
pela falha do outro, porque perdoar é ser caridoso, mas é difícil; o egoísmo, porque
pensamos sempre que a nossa dor é maior que a do outro, somos sempre os melhores,
logo temos que estar em primeiro na lista de Deus; a falta de amor por aqueles
que surgem em nossa vida, principalmente quando nos magoam; a falta de amizade
que quando deveria ser demonstrada morre na boca de quem profere; a falta fé
que perante as dificuldades da vida, que nos torna vitimizados, achando sempre que
temos de questionar Deus… levando-nos à fonte, ao orgulho.
Somos ainda muito orgulhosos, com
medos, cheios de defesas, muitas vezes cegas, que não permitem enxergarmos o
nosso próximo como ele é na verdade. Só conseguimos ver no outro os nossos próprios
reflexos, que não invalida que o outro não tenha no seu eu, esses mesmos
reflexos.
Quantas vezes labutamos com o
nosso próprio pensamento, sem conseguir que ele se cale, só um pouco. É no esforço
que fazemos que vem algo divino que nos recorda a prece, o silenciar a mente,
nem que seja por um pouco. Nesse instante as ideias entram no bom senso e a
lucidez clareia o nosso íntimo.
A paz que tentamos fazer no
interior de nós mesmos, pouco-a-pouco nos auxilia na compreensão dessas
metades, porque há sempre a outra metade da fé que nos impulsiona a querer
saber amar mais-e-mais e ao progresso individual, que pouco-a-pouco vai derrubando
as barreiras do egoísmo e do orgulho em conjunto com as instruções divinas que
nos vão levar à reforma do nosso íntimo.
Z.O
Sem comentários:
Enviar um comentário